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Cinco poemas de Theo G. Alves

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o idioma secreto   quantas letras são necessárias para que eu escreva seu nome?   em verdade, quantas letras são necessárias para que você me ouça chamar seu nome enquanto o escrevo?   quantos gestos de amor quantas saudades infinitas quantas pedras dos muros de israel são necessárias para que você me compreenda? para que mensure a distância de minha estrada a densidade de meus ossos?   quantas mãos precisarei estender para que você atravesse comigo este abismo de silêncios e os negrumes das cavernas mais antigas?   eu digo a você: venha, mas não sei em que idioma secreto você compreenderia minha voz.           vi tão pouco do mundo   vi tão pouco do mundo   minha geografia está emaranhada entre o barreiro das almas e a rua do brejo   é tão pouco miúdo   mas é o que tenho tudo o que tenho e trago   nestas mãos mais ásperas nestes dedos de madeira   vi tão pouc

Cinco poemas de José Sóter

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O que vi naquele momento? A cena é sempre a mesma A mãe Semblante Frida Carrega o bebê O pai fuma Sem ao menos  Olhar para os mesmos Sem dó Não adianta chorar baixinho Porque estamos em dó/r maior Fascinação!!! E no poema  Cada sílaba, nota Cada nota, sílaba E na canção Várias notas, uma sílaba Tudo cabe no poema Quase tudo cabe na canção Ritmo, melodia, harmonia? Só encontro numa roda de samba! Eu te amo. Sou seu playback. Música guspel Guspo no feminicídio Guspo nos homofóbicos Guspo nos machistas Guspo nos autoritarismos Guspo nos fascista Guspo nos fakenews Guspo no estuprador Guspo no desmatador Guspo no capitalista Guspo no falso profeta Guspo no oligopólio Guspo na manipulação Guspo na alienação Guspo no bolsominion Do coração Vivo em vastatina Sobrevivo em maleatos Reajo em selozok E navego em prevent 100 Divirto-me com D três Fortaleço-me com ômega três E vivo com cerveja ANÁ/FORA Ana fora bem nascida Ana fora bem criada Ana fora bem formada Ana fora bem sucedida Ana fora dist

Cinco poemas de Jorge Amancio

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EMPÁTICO 1 Com o sapato folgado uma flor na mão um pingente carmim desenhado na testa, correu para abraçar o pai. Carpido com um soco, um braço fraturado e lagrimas mudas   (meninos não choram) a dor do macho a sete chaves 2 Ao entrar no elevador os brancos diziam: fora daqui. Na sala recém-comprada no sétimo andar  um negro se tranca  no escritório conta até dez e soluça antirracista  (chorar é empático) lágrimas barbadas morfinizam a dor 3 Em volta do pau (egóicos paranoicos ilógicos) violam o ventre  o vento e a verdade. 4 Nos olhos um brilho fálico,  lágrimas aprisionadas nascem corruptas violentas sangrentas e não aceitam a derrota (homem não chora) lágrimas nascem em corpos mulheres O PELE DE VIDRO no céu purpúreo  os pássaros vítreos ) arco-íris em voo, saíam  das chamas refletiam  no preto do asfalto o ballet do fogo no largo do paysandu uma cratera vulcânica iluminava a igreja dos pretos  o quilombo de vidro derretia o aço concreto ardia em perdas na madrugada  de primeiro de