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Mostrando postagens de fevereiro, 2020

Cinco poemas de Adri Aleixo

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Ela precisa de um chão para varrer as folhas O quintal é seu lugar de ajuntar o tempo Estas árvores não foram pensadas para o Sertão Vieram do bico d’algum pássaro nasceram perto do rio e tem memória de mar A menina passa pra buscar a tabatinga as raízes do pequizeiro rompendo esperas não lhe ensinam  nenhuma paciência Ampulheta A folha pendeu-se do galho e verde ainda agarrou-se ao telhado não demora setembro, até que ela caia marrom e devagar neste dia aprendi do tempo: a cor a queda a silêncio Cumeeira Para cessar o peso do dia poderás ir ao telhado lá, há um precipitar de chuva e pulo uma vista para o descampado é lá onde secam as palavras e coragem é uma espécie de ruindade lá, duas águas se encontram Cristaleira entre as duas taças a xícara lascada r e s p i r a Adri Aleixo publicou Des.caminhos

Seis poemas de Ronaldo Cagiano

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REGISTRO Nesse tempo de absoluta dissolução sou contaminado e salvo pela poesia, antídoto contra o veneno dos dias Já não me importam a falta de paciência do motorista os corações duros dos auditores da Receita a avidez usurária dos bancos a tempestade de ofensas o parlamento acanalhado o roubo nas estatais a queda do PIB a crise do euro os disparos de Kim Jong-un os disparates de Trump a poligamia de Jacob Zuma a saliva farisaica dos evangélicos a transgênica autoproclamação de Guaidó os lacaios torquemadas da Lava-jato e outros coveiros da latinoamericanidade Meus versos não estarão em repouso como a indolência que caminha passo a passo no ritmo de todas as coisas Vou de mãos dadas com o verbo e com sua pá,                        lavratura adestrando o terreno infértil                                                 PALIMPSESTOS Sob a pele das palavras mil mun