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Mostrando postagens de fevereiro, 2021

Cinco poemas de Angélica Torres Lima

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Pandêmicos         Pandêmicos 1   QUIMERAS Você se cortou quando a luz caiu e um lago choveu no ar da cidade e uma bomba gritou muito perto e o sangue jorrou em sua mão e a morte apeou na escuridão do apartamento. \Mirante de miragens /   : são os trôpegos d'asas Norte são os voos de efeitos etílicos      ah se de amores      ah se idílicos que rasantes daríamos nós sob os céus vermelhos!            Pandêmicos 2   POR   QUE? Quem atravessa a escuridão pensando em Amor me diga Eros vence Tânatos? Quando as almas voam para outros céus-infernos há lá albergues e numes? O que fazem o ar e a luz se impressos juntos no negrume? (a renúncia sinaliza sua ambígua partida. como ver? como não?) Reiniciar o viver e o planeta, onde? Eis a questão. a Bernardo Bernardes, in memoriam         Pandêmicos 3   VÃO   É mais vasto o peito que o espaço entre a Terra e o astro mais remoto do universo           e

Cinco poemas de Armando Liguori Junior

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A MENOR DISTÂNCIA ENTRE DOIS PONTOS   A menor distância é a reta. O menor lugar é o ponto. Reta é o que liga dois lugares. Não importa a lonjura que estejam um do outro. A reta será sempre a menor distância entre. Uma linha pode ser longa, mas uma frase não precisa chegar até o fim da linha, pode parar antes como fazem os versos. Distância nem é uma palavra tão cumprida assim.   Proximidade é mais. Tem mais silabas para se caminhar. Independente do tamanho, toda distância pode ser percorrida. É só seguir em linha reta ou pegar o atalho mais próximo.               ABSOLUTO.   O mundo anda tão absoluto! Com tantas verdades.   Homens orgulhosos De suas completudes (Livros acabados)   De onde vem essa capacidade De ter opiniões definitivas Sobre tudo e todos?   E essa sabedoria pós-salomônica Que faz todo mundo Especialista em tudo?   Que manual de instruções? Que almanaque de certezas Todo mundo leu Menos eu?