Sete poemas de Ademir Assunção
OS SETE MONÓLOGOS INTERIORES DE LILI MACONHA ELA, COM SEU CASACO FELPUDO (primeiro monólogo interior de Lili Maconha) Eu tento, mas muitas vezes perco o jogo. Ela chega e se instala. Ela. Com seu casaco felpudo, escuro e grosso. Sylvia Plath: "Às vezes me sinto oca. É como se não tivesse nada atrás dos meus olhos". Eu sei o que isso significa. Às vezes faz muito frio do lado de fora. Do lado de dentro também. MICOSE NA PELE DO TEMPO (segundo monólogo interior de Lili Maconha) Há tempo o faquir polia as pontas dos pregos com areia do Monjave. Há tempos e dimensões perdidas apenas esperando o momento certo da conexão. Há o tempo lá fora, chuva de granizo, fagulhas de fogos de artifício e brumas que se movem. Há o tempo dos estalidos distantes das estrelas. E há o tempo do Aqui, esse templo da linguagem que se enrola em frases-serpentes enquanto escrevo e qu